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Projeto de lei sobre reserva de Bitcoin avança em Michigan

A movimentação em Michigan para criar uma reserva estadual de Bitcoin deu uma guinada essa semana. Depois de sete meses sem grandes avanços, os legisladores decidiram colocar o Projeto de Lei 4087 em pauta novamente, encaminhando-o para o Comitê de Operações Governamentais.

Esse projeto, que foi apresentado em fevereiro, propõe que o tesoureiro do estado possa investir até 10% dos fundos gerais e de estabilização de Michigan em criptomoedas. É uma forma de Michigan tentar acompanhar o exemplo de outros estados, como Texas, New Hampshire e Arizona, que já têm leis semelhantes em vigor.

Na quinta-feira, o projeto passou por alguns trâmites burocráticos e finalmente foi agendado para uma segunda leitura na Câmara, recebendo uma atenção renovada. Os responsáveis pela proposta são os deputados republicanos Bryan Posthumus e Ron Robinson, que veem essa iniciativa como uma oportunidade importante para o estado.

Kadan Stadelmann, Diretor de Tecnologia da Komodo Platform, comentou que essa tendência de “hiperbitcoinização” está se espalhando entre os estados. Segundo ele, a adoção do Bitcoin pode ajudar a proteger os recursos dos contribuintes de possíveis desvalorizações do dólar. Stadelmann acredita que as medidas de segurança propostas em Michigan são mais robustas do que as de outras tentativas anteriores, garantindo uma gestão mais segura dos ativos.

Ele destaca que os contribuintes precisariam confiar em um sistema de custódia seguro, permitindo que o estado mantenha controle total sobre as chaves privadas, o que é fundamental para a segurança das transações. Além disso, a proposta inclui a possibilidade de serviços de auditoria frequentes e protocolos de recuperação de desastres, que são essenciais em um cenário de investimentos em criptoativos.

Caso a reserva de Bitcoin em Michigan se concretize, isso pode inspirar estados vizinhos como Illinois, Ohio e Pensilvânia a explorarem iniciativas semelhantes. Com o valor do Bitcoin atualmente em torno de US$ 117.000, Stadelmann minimiza os receios de que Michigan esteja “comprando no topo”, considerando o ativo uma escolha cada vez mais natural para estados e nações que buscam diversificar suas reservas.

Ele também alerta sobre a transformação econômica global, onde o dólar americano pode deixar de ser a única moeda de reserva. Nesse contexto, ele sugere que estados e países precisam se preparar para um mundo multi-monetário, onde moedas como o yuan e o rublo podem começar a ter um papel importante.

Atualmente, cerca de 47 estados estão considerando ou já introduziram legislações para a criação de Reservas Estratégicas de Bitcoin. Desse total, cerca de 26 estados possuem projetos de lei ativos em análise. Recentemente, a Câmara dos EUA também avançou com um projeto de lei que orienta o Departamento do Tesouro a estudar a viabilidade de uma Reserva Estratégica de Bitcoin. Essa pesquisa inclui aspectos como custódia, segurança cibernética e normas contábeis.

Essas decisões podem mudar a forma como o dinheiro público é gerido. O cenário em torno das criptomoedas está em constante evolução, e é interessante ver como isso se desenrola nos próximos meses.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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